Observar uma baleia jubarte a poucos metros de distância, em mar aberto, nadando em sintonia com movimentos únicos, como os borrifos, dando um tchau com a nadadeira, levantando a cauda e até dando um salto, parece cena de filme.
Mas, não é. Na verdade, é um espetáculo ao vivo e acontece bem perto dos capixabas.
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Todos os anos, no período entre junho e outubro, as baleias jubarte am pelo litoral do Espírito Santo para se reproduzirem e se alimentarem.
Segundo dados do Projeto Amigos da Jubarte, este ano, é estimado que cerca de 30 mil baleias em pela costa capixaba.
No último sábado (15), o Folha Vitória acompanhou a primeira expedição oficial da temporada de turismo de observação de baleias.
Em uma viagem que durou cerca de 7 horas pelo mar, alcançando 16 milhas náuticas, aproximadamente 29 km, a emoção tomou conta quando as primeiras baleias apareceram.
As jubartes chegam a até 15 metros de comprimento e são conhecidas pelos grandes saltos e cantos complexos.
Sandro Firmino, ambientalista e coordenador do Projeto Amigos da Jubarte, explica que o turismo é importante para a educação ambiental.
“O Projeto Amigos da Jubarte completa 10 anos de muito trabalho, de conservação ambiental e de pesquisa científica. É muito importante o trabalho de sensibilização das pessoas. A gente cuida daquilo que a gente conhece, é por isso o turismo é uma grande ferramenta para ajudar na conservação da própria espécie”, explicou.
Dessa forma, as pessoas são convidadas a sair da cidade e ir à casa das baleias. Vê-las de perto nadando livremente e, muitas vezes, com seus filhotes.
“As baleias buscam o litoral capixaba todos os anos para cumprir o ciclo de vida. Aqui é onde elas amamentam seus filhotes. Nós somos considerados o maior berçário de baleias jubartes do Atlântico Sul. Temos o privilégio de receber as baleias jubartes”, disse.
De acordo com o projeto, as baleias desempenham um papel vital como espécies guarda-chuva, o que significa que sua preservação tem um impacto positivo em todo o ecossistema marinho. Elas ajudam na preservação de outras espécies marinhas, mantendo o equilíbrio ecológico dos oceanos.
Também são grandes aliadas na luta contra as mudanças climáticas, porque contribuem significativamente para o sequestro de carbono, armazenando quantidades enormes desse gás em seus corpos e no fundo do mar, ajudando a mitigar os efeitos do aquecimento global.
As baleias também promovem o florescimento do fitoplâncton, responsável pela produção de uma grande parte do oxigênio. Além disso, há de se concordar que são mamíferos apaixonantes.
A estudante de biologia, Beatriz Araújo, por exemplo, viu as jubartes pela primeira vez e ficou encantada.
“Estou trabalhando na área de biologia marinha e é a primeira vez embarco. É uma experiência fantástica. As baleias são muito grandiosas e majestosas. É um privilégio, elas estão no nosso quintal de casa. Nós podemos ver e levar para o mundo por meio das fotos, da ciência e ter o pensamento de conservação”, contou.
Além das baleias, no caminho é possível observar os grandes navios que esperam para atracar no Porto de Vitória, apreciar a paisagem das cidades e encontrar outros bichos, como os golfinhos e aves aquáticas.
Quero ver baleia, como eu faço?
Por meio de agências de turismo, em parceria com o projeto, são realizadas as expedições para observar as baleias no litoral capixaba.
Segundo informações da Agência Aves Voando Alto, que realizou a primeira expedição, o valor é de R$ 379 adulto por pessoa a partir de 13 anos e R$ 310 crianças de 6 a 12 anos.
O barco de madeira é homologado pela Capitania dos Portos, seguindo as regras para realização do eio. A quantidade de ageiros varia de 20 e 30, entre clientes, guias e pesquisadores, dependendo da embarcação disponível.
O eio pode durar entre 7 e 9 horas dependendo de cada dia, localização das baleias e direção dos ventos.
Mais informações podem ser conferidas no site do Projeto Amigos da Jubarte ou pelo Quero Ver Baleia.
Veja as fotos da primeira expedição da temporada de 2024:
Repórter
Jornalista pela Universidade Vila Velha (UVV) e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). ou por veículos nacionais como Broadcast/Agência Estado, Estadão e BandNews FM. Atua como repórter do Folha Vitória desde 2023.
